A febre reumática é considerada uma complicação tardia de uma infecção das vias aéreas superiores ( amígdalas ou faringe) por uma bactéria chamada de estreptococo. Esse tipo de infecção é muito comum , mas a doença apenas se dá em indivíduos predispostos para tal complicação. Em geral acomete crianças a partir dos 3 anos de idade, sendo mais frequente na faixa etária de 7 a 14 anos. As crianças pobres estão mais expostas à infecção pelo estreptococo e, logo, tem mais chances de desenvolver a doença. As meninas parecem apresentar uma predisposição um pouco maior que os meninos. A princípio, é considerada uma doença auto-imune, ou seja, decorre de um distúrbio do sistema de defesa do organismo, que passa a atacar tecidos do próprio paciente, gerando a doença.
A CARDIOPATIA REUMÁTICA, é a complicação tardia mais grave da febre reumática, isso é devido, as lesões nas válvulas do coração, como a mitral e a aórtica. O acometimento dessas estruturas do coração poderá levar a ESTENOSE ( obstrução parcial) ou INSUFICIÊNCIA (abertura parcial ou total), culminando finalmente, se não tratada adequadamente, a INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC), EDEMA AGUDO DE PULMÃO (EAP), HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR (HAP) OU MORTE.
O tratamento visa erradicação da bactéria das vias aéreas superiores, prevenção de novos episódios de infecção com o uso de penicilina benzatina via intramuscular profunda na região glútea a cada 21 dias até os 21 anos de idade, desde que o paciente não tenha desenvolvido a cardiopatia valvular reumática. No caso de cardiopatia reumática já diagnosticada, o paciente deve usar o antibiótico por toda vida. A cirurgia cardíaca pode ser indicada para troca das válvulas cardíacas acometidas em que a colocação de prótese biológica ou mecânica, pode ser aventada dependendo de cada caso clínico.
