O Infarto do Miocárdio faz parte de um grupo de doenças chamado doenças isquêmicas do coração, as quais têm como característica comum o fato do sangue não chegar ao músculo do coração. Este bloqueio à circulação sanguínea do coração pode ser causado por uma obstrução, como placas de ateroma (aterosclerose), um trombo (coágulo sanguíneo) ou espasmo das artérias do coração.<.P>
As doenças isquêmicas são as doenças cardíacas mais comuns, constituindo a primeira causa de morte nos Estados Unidos.
O infarto do miocárdio é caracterizado pela destruição do músculo do coração, causado em geral por depósitos de placas de ateroma nas artérias coronárias. Essas placas nada mais são do que o acúmulo de células dentro dos vasos sanguíneos, consequentes a lesões dos próprios vasos, bem como depósitos de gordura, que vão aumentando com o tempo, formando verdadeiras "rolhas" no interior das artérias do coração.
CAUSAS
Vários fatores são responsáveis pelo infarto do miocárdio. Alguns são controláveis, outros - infelizmente - não. Sabemos que a incidência aumenta com a idade, principalmente depois dos 50 anos. Os homens são mais susceptíveis que as mulheres, sendo que aos 50 anos o homem tem 5 vezes mais chance de ter infarto que a mulher da mesma idade. Acredita-se que as mulheres tenham um efeito "protetor" devido à produção de hormônio (estrógeno), sendo que após a menopausa, devido à falta de produção desse hormônio, a incidência de infarto na mulher aumenta consideravelmente.
Outro fator que influencia o infarto do miocárdio é o colesterol. Quanto maior a quantidade de colesterol no sangue, maior a incidência de infarto. São conhecidos 3 tipos de colesterol: o de baixa densidade (LDL), o de muito baixa densidade (VLDL) e o de alta densidade (HDL). Este último, conhecido como "bom colesterol", parece ter um efeito protetor para o infarto do miocárdio, sendo ideal mantê-lo em níveis altos no sangue. Já o LDL, conhecido como "mau colesterol", aumenta a chance de infartos quando existe em níveis altos.
Muitas vezes, a pessoa tem o colesterol alto por causa de doenças hereditárias (hipercolesterolemia familiar), que fazem com que o corpo não consiga produzir as enzimas necessárias para "dissolver" a gordura. São os casos em que vemos pessoas bem jovens tendo infarto. é importante detectar esses casos na família, pois quando essas doenças são tratadas precocemente, é possível evitar que essas pessoas sofram infarto.
O diabetes também é apontado como uma doença que aumenta o risco de infarto do miocárdio. Como o diabetes pode ser transmitido hereditariamente, mais uma vez é importante saber se você tem casos na família e detectar a doença precocemente.
A pressão alta (hipertensão) também aumenta o risco de infarto do miocárdio, assim como a obesidade, fazendo o coração trabalhar mais, exigindo mais sangue.
O fumo está intimamente relacionado com o infarto do miocárdio, sendo que os fumantes são 60% mais susceptíveis de sofrer infarto do miocárdio que os não-fumantes. O fumo causa não apenas a destruição de vasos do coração, como aumenta a chance de formar coágulos de sangue (trombose). Essa tendência a provocar coágulos piora ainda mais em mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais, principalmente entre os 30 e 40 anos de idade.
A inatividade física e o "stress" também desempenham um papel importante na produção do infarto.
SINTOMAS
O sintoma mais comum de um infarto é uma intensa dor no peito, geralmente com mais de 20 minutos de duração, que pode surgir mesmo quando a pessoa está acordando ou fazendo bem pouco esforço. Também é comum que a pessoa que está sofrendo um infarto apresente sudorese, náusea e vômito. O diagnóstico é confirmado pelo Eletrocardiograma, bem como pela dosagem de enzimas no sangue (CK e LDH), que se altera horas após o infarto.
COMPLICAÇÕES
O que se teme mais depois do infarto do miocárdio são as complicações. As mais letais são as arritmias, que podem ocorrer dentro de um prazo de 24 horas após o infarto. Por isso, foram criadas as unidades de tratamento intensivo coronariano, onde o paciente recebe todos os cuidados necessários para detectar precocemente e tratar essas arritmias.
TRATAMENTO
O tratamento do infarto do miocárdio se baseia no tratamento da dor, bem como das possíveis complicações. Alguns centros usam antiarrítmicos profilaticamente, mas seu uso é controverso. Outros centros usam agentes trombolíticos, que são drogas usadas para remover os trombos que estão interrompendo a chegada de sangue ao coração. Se o tratamento for instituido logo após o infarto, acredita-se que se possa reduzir drasticamente a lesão do músculo do coração. Também o uso de drogas que reduzem o uso de oxigênio pelo coração faz com que o músculo cardíaco sofra menos isquemia (ausência de sangue).
PREVENÇÃO
O infarto do miocárdio, apesar de ser uma causa de morte bem frequente, tem apresentado índices de mortalidade bem menores nos últimos anos, graças ao novo estilo de vida que muitas pessoas têm adotado. Conhecendo-se os fatores que contribuem para a ocorrência da doença, podemos reduzir ainda mais o índice de mortalidade. A dieta passou a ser a preocupação primordial no combate à doença, controlando-se a ingestão de colesterol e triglicérides. é usual fazer-se a dosagem dos mesmos no sangue a cada 5 anos, procurando mantê-los dentro do nível normal. Caso os níveis estejam elevados, pode-se iniciar um tratamento com dieta, ou mesmo com o uso de drogas que ajudam a baixar a concentração desses elementos no sangue, principalmente naquelas pessoas com hipercolesterolemia familiar citadas anteriormente.
O exercício físico tem um papel muito importante, não só para melhorar o condicionamento do corpo como para ajudar na manutenção do peso ideal. Recomenda-se andar pelo menos 3 vezes por semana, durante meia hora cada vez. Durante o exercício físico, o coração é obrigado a trabalhar mais, o que favorece a criação de uma circulação colateral, que pode ser a salvação quando alguma artéria importante do coração é bloqueada.
O hábito de fumar deve ser abandonado, não só para prevenir o infarto do miocárdio, como tantas outras doenças causadas pelo cigarro, como o câncer de pulmão, altamente letal. Reduzir a quantidade de nicotina ingerida, escolhendo-se um cigarro chamado "de baixo teor" não ajuda em nada.
O "stress" deve ser reduzido. Várias alternativas podem ser adotadas, como massagens, ioga, exercícios físicos em geral, esportes, meditação, etc. é importante destacar também que a hipertensão arterial muitas vezes é causada pelo "stress". Eliminando-se os fatores de tensão, a pressão sanguínea ficaria dentro do normal, reduzindo assim o risco do infarto do miocárdio.