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FIBRILAÇÃO ATRIAL AUMENTA EM CINCO VEZES O RISCO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC OU “ DERRAME CEREBRAL”).


   Nos pacientes com fibrilação atrial, as câmaras superiores do coração deixam de se contrair por causa de impulsos rápidos e irregulares. Com isso, o sangue não é bombeado direito durante o batimento cardíaco, levando à formação de pequenos coágulos que podem bloquear as veias do cérebro , causando o acidente vascular cerebral ou AVC ou como popularmente é conhecido, “derrame cerebral”. Essa enfermidade é aumentada em cinco vezes, quando o paciente é portador da fibrilação atrial, a qual é uma espécie de arritmia cardíaca muito prevalente, sobretudo na população idosa com múltiplos fatores de risco cardiovasculares. Além de ser um potencial fator de risco para acidentes vasculares no cérebro, a fibrilação os torna ainda mais graves. A mortalidade em pacientes que têm a doença e sofrem um AVC é duas vezes maior e há 50% a mais de chances de que o paciente portador da fibrilação fique incapacitado após o AVC.
    Uma pesquisa apresentada esta semana em Brasília, durante o Congresso Mundial de AVC realizado pela World Stroke Organization, que inicia nova campanha contra a doença este mês, feita em oito hospitais brasileiros, públicos e privados, comprova a gravidade da doença.
    De acordo com a neurologista Sheila Martins, presidente da ONG Rede Brasil AVC, de 2.057 pacientes atendidos nessas unidades por conta de acidentes vasculares cerebrais agudos, 32% foram causados por causa de doenças no coração (cardioembólicos). Ao todo, a fibrilação atrial foi responsável por 444 (22%) casos. O índice de mortalidade entre os pacientes com fibrilação atrial é o dobro do que nos demais. Segundo o estudo divulgado por Sheila, 16% dos doentes que sofreram AVC e tinham fibrilação morreram. O percentual entre os demais pacientes foi de 8%.
    Além disso, o estudo mostrou que o tempo de internação para quem sofre um AVC por causa da fibrilação é maior (em média, oito dias) e a independência funcional do paciente três meses depois, é menor. Do total, 48% dos pacientes com fibrilação se recuperaram totalmente após esse período, enquanto entre as pessoas sem a doença, o índice subiu para 62%.
     O tratamento da fibrilação atrial, visa controlar a arritmia cardíaca e os fatores de risco cardiovasculares com antiarrítmicos, anticoagulantes orais, anti-hipertensivos, antidiabéticos e desestimular hábitos de vida nocivos à saúde como o uso de bebidas alcoólicas, tabagismo, sedentarismo e o excesso de sal e de gorduras na alimentação.